O que é e como funciona a previdência privada

Todo mundo já ouviu falar em previdência privada, mas poucas pessoas sabem realmente do que se trata e, principalmente, como ingressar em um plano desse tipo.

Em tempos de mudanças rígidas na previdência oficial (aquela regulada pelo governo) e também de muitas mudanças nas formas de se trabalhar, ela vem se tornando uma opção cada vez mais viável e necessária para muitas pessoas.

Por isso, elaboramos um guia para explicar o que é e como funciona essa modalidade, bem como os principais tipos e as vantagens de desvantagens de cada um.

O que é

Basicamente, a previdência privada é uma forma de aposentadoria não ligada ao sistema do Instituto Nacional do Seguro Social, o popular INSS. Também conhecida como previdência complementar, ela é regulada por outro órgão, a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), um órgão federal.

A principal diferença é que o contribuinte desse tipo de previdência escolhe quando começar, de que forma (e quanto) quer pagar e até quando se aposentar, enquanto no INSS todas essas regras são definidas pelo governo federal.

Dessa forma, é possível começar o plano com um grande aporte ou contribuir aos poucos, tudo depende de um cálculo feito sobre quando a pessoa quer se aposentar e quanto deseja receber quando o momento chegar.

Da mesma forma, o resgate do plano pode ser feito todo de uma vez ou recebido em parcelas mensais, mas tudo deve ser bem planejado no momento em que ele se inicia.

Como funciona

Ao contrário da previdência tradicional, na qual todo o dinheiro recolhido é administrado pelo governo e a pessoa não tem nenhum controle sobre os valores, a previdência privada é 100% controlada pelo usuário. É possível acompanhar, junto à administradora, qual o saldo atual, os rendimentos mensais e as expectativas para o momento da aposentadoria.

Outra vantagem é a possibilidade de alterar o plano ainda em curso, encerrar antes da hora ou até operar com mais de um plano se isso for interessante para o usuário.

Mas, para isso, é bom que o pretendente verifique antes as condições específicas de cada tipo de plano para que o tiro não saia pela culatra. Isso porque o governo também exerce um papel sobre esses planos, aplicando impostos sobre eles, principalmente o temido imposto de renda.

Para não ver uma considerável parcela do dinheiro escoando pelo ralo governamental, é preciso estudar os dois tipos mais comuns de previdência privada e optar por aquele que mais se adeque ao seu perfil. Esses planos são conhecidos como PGBL e VGBL.

Previdência PGBL

O Plano Gerador de Benefício Livre é recomendado para pessoas com renda mais alta. Isso porque o valor investido anualmente pode ser abatido na hora de realizar a declaração de imposto de renda, desde que não ultrapasse 12% da renda bruta anual.

Esse plano, porém, só é interessante para quem pretende usar o dinheiro apenas como aposentadoria em longo prazo. Isso acontece porque, se o usuário precisar do dinheiro antes do prazo, o imposto de renda é cobrado sobre o valor total e na faixa mais alta.

Esse tipo de previdência privada é operado em uma tabela regressiva de imposto de renda, sendo cobrado cada vez menos com o passar dos anos, até um período em que a taxa não mais incide e o usuário pode gozar do dinheiro para aquilo que foi criado, ou seja, a aposentadoria.

Previdência VGBL

Já o plano chamado de Vida Gerador de Benefício Livre é um tipo de previdência privada recomendando para quem não atinge as faixas de imposto de renda ou atinge apenas as mais baixas, porque nessa modalidade o investimento não pode ser abatido do imposto de renda.

Por outro lado, caso precise encerrar o plano antes da hora ou mesmo realizar um saque parcial, o imposto de renda cobrado será apenas sobre o rendimento efetivo – e não o montante completo.

Independentemente da modalidade escolhida, é preciso que o usuário tenha noção de que o objetivo é trabalhar em longo prazo. Não é uma boa escolha para quem apenas quer aplicar algum dinheiro visando lucro, pois para isso existem investimentos bem mais adequados e lucrativos no mercado.

Previdência x Investimentos no Tesouro

Um grande alternativa muito mais interessante a Previdência Privada, é o Tesouro Direto. Os investimentos em títulos públicos do Governo, tendem a ter mais rentabilidade e menos taxas se comparadas a maiorias da opções de Previdência Privada oferecida pelos bancos atuais.

E uma grande vantagem também, está no fato do Tesouro possuir títulos com características de longo prazo, para quem procura garantir uma boa rentabilidade para aposentadoria, como o Tesouro IPCA 2035 e 2045. Estes dois títulos que são atrelados ao IPCA, protegem seu investimento da inflação e garantem ótima rentabilidade, pois pagam uma taxa bônus.

Um detalhe importante que alguns planos não revelam, é que os mesmo criam planos de Previdência Privada para captação de dinheiro, e assim investem os recursos no Tesouro, para garantir melhor rentabilidade e garantir dua vezes, na cobrança de taxas de administração dos clientes e na rentabilidade do investimento.

Se tiver dúvidas, procure a SUSEP para esclarecimentos e, se tiver qualquer opinião ou algo a acrescentar, deixe seu comentário por aqui mesmo.